A faísca por trás de uma nova aliança corporativa de Inteligência Artificial
A comunidade AI Alliance nasceu com um propósito claro: criar um espaço de colaboração real entre profissionais e empresas que aplicam Inteligência Artificial de forma prática e estratégica.
O que começou como um grupo aberto de trocas e aprendizado evoluiu para uma aliança corporativa, reunindo líderes, especialistas e organizações que enxergam a IA como pilar de transformação nos negócios.
Mozart Marin é Engenheiro de Dados e IA, fundador da comunidade AI Alliance e Chief Data & AI Officer da DeltaAITO. Marin tem especialização no MIT, é professor de programas de Pós-Graduação e MBA nacionais e internacionais em Dados e Inteligência Artificial, autor dos livros “Seja (Im)Perfeito” e “O Executivo Empreendedor”, coinvestidor e mentor de startups na BossaInvest, além de criador e fundador da EdTech e do Método LIA – Liderança em Inteligência Artificial. Com mais de 20 anos de experiência em soluções multicloud, automação inteligente e transformação digital, Marin é apaixonado por transformar dados em decisões e IA em impacto real nos negócios.
Acompanhe a entrevista:
1) Por que criar uma comunidade de IA?
Marin: A Inteligência Artificial mudou a minha vida há sete anos. Desde então, venho estudando e aplicando IA em diferentes contextos, sempre com foco em dados, automação e modelos de linguagem. Nesse caminho, ficou claro que IA se constrói a muitas mãos e que a diversidade e a colaboração ampliam o impacto e aceleram a transformação.
A comunidade AI Alliance nasceu como um espaço, sem donos e sem filtros, voltado à troca real entre pessoas. Com o tempo e a chegada de novos parceiros, evoluiu naturalmente para uma aliança corporativa, conectando empresas e profissionais que aplicam IA com responsabilidade, propósito e resultado.
2) Qual é o foco da AI Alliance?
Marin: A essência é a troca de conhecimento com um olhar mais estratégico. A comunidade AI Alliance atua como uma rede corporativa, com governança, curadoria e foco em resultados concretos. Além disso, tem um corpo de embaixadores que apoiam na missão de divulgar e contribuem com conteúdos exclusivos para os membros.
Nosso objetivo é impulsionar projetos conjuntos, fóruns executivos e programas de letramento em IA e dados, sempre integrando tecnologia, liderança e cultura organizacional.
Queremos transformar o entusiasmo em prática e a prática em valor real para as empresas.
3) Que tipo de profissionais e empresas fazem parte da AI Alliance?
Marin: A comunidade AI Alliance reúne um ecossistema plural, que integra empresários, investidores, executivos de grandes empresas e profissionais altamente qualificados em dados, engenharia, automação e inteligência artificial.
Também participam especialistas em liderança, desenvolvimento humano e inteligência emocional, conectando o lado técnico e o lado humano da transformação com IA.
A rede conta ainda com o apoio de big techs especializadas em tecnologia, dados e inteligência artificial, que contribuem com convites para eventos e fóruns para encontros da comunidade.
Além disso, instituições de ensino e centros de pesquisa colaboram ativamente, fortalecendo a ponte entre academia, mercado e inovação aplicada.
A AI Alliance é o ponto de encontro entre quem lidera, ensina, investe e transforma, promovendo um ciclo contínuo de colaboração, aprendizado e impacto real.
Nos últimos anos percebi que em uma empresa com 500 pessoas, por exemplo, menos de 10% trabalha efetivamente com IA. E a AI Alliance quer ser um espaço para esses profissionais que trabalham efetivamente com IA porque, apesar do entusiasmo, eles estão enfrentando muitos desafios na implementação dos seus projetos.
4) Como você observa o papel das mulheres na área de IA e tecnologia?
Marin: Diversidade não é bandeira, é realidade. Sempre fez parte da minha vida, dentro e fora do trabalho. Sou pai de duas meninas e casado com uma mulher extraordinária, profissional competente do mercado de tecnologia, que é minha parceira em tudo. Ao longo da carreira, tive o privilégio de trabalhar com mulheres incríveis que me ensinaram muito sobre equilíbrio, sensibilidade e força.
Mas, o mercado de tecnologia, infelizmente, reflete desigualdades. Segundo a pesquisa “AI’s Missing Link: The Gender Gap in the Talent Pool”, as mulheres representam apenas 22% dos profissionais de IA e somente 14% ocupam cargos de liderança. E isso precisa mudar. Eu acredito que a busca pela equidade de gênero nas áreas de TI e IA é fundamental, porque eu quero que as minhas filhas possam estudar o que elas quiserem, não o que a sociedade impõe para elas. Antes, falávamos em democratização da tecnologia como ferramenta de inclusão e inovação. Hoje, é importante falar sobre a inclusão na democratização da tecnologia!
5) O que diferencia a comunidade AI Alliance de outros grupos de IA?
Marin: Nós somos aliança. Não somos palco. Nosso foco está em casos reais, desafios concretos e soluções colaborativas. Aqui não existe disputa de ego, existe construção coletiva.
A comunidade AI Alliance conecta quem quer gerar impacto de verdade, criar o futuro da IA de forma prática, ética e compartilhada.
6) Quais barreiras ainda dificultam a adoção de IA nas empresas?
Marin: As principais barreiras são culturais e estratégicas. Falta prioridade da liderança e, muitas vezes, disciplina organizacional para transformar o discurso em prática.
Inteligência Artificial não é ferramenta, é processo. Requer prioridade da liderança, visão de longo prazo e clareza sobre o valor que se quer gerar. Sem isso, IA vira “pauta bonita”, como, infelizmente, acontece com ESG muitas vezes. Também percebo uma resistência natural de parte dos profissionais, que enxergam a IA como algo distante ou complexo e que não querem dedicar um tempo para estudo.
Foi justamente para ajudar nessa virada de mentalidade que criamos o Método LIA – Liderança em Inteligência Artificial, voltado para pessoas que desejam aplicar IA em problemas reais, com resultados mensuráveis, um curso prático, mão na massa.
7) Quais temas sobre IA estão no seu radar hoje?
Marin: Três grandes temas estão no centro das nossas discussões na comunidade hoje:
O primeiro é governança e regulação, que estão evoluindo rapidamente e exigem das empresas mais maturidade, ética e transparência.
O segundo é privacidade e uso responsável de dados, sobretudo em um momento em que os modelos generativos ampliam as possibilidades, mas também os riscos.
E o terceiro é formação de talentos com diversidade e propósito. Porque IA sem pluralidade, inteligência emocional e desenvolvimento humano não gera transformação sustentável.
Nosso papel na AI Alliance é traduzir esses temas em ação prática: conectar empresas, educar pessoas e inspirar líderes a fazer da IA uma força positiva e real dentro das organizações.
8) Quais são os próximos passos da comunidade?
Marin: Estamos estruturando o Clube de Empresas Membro com encontros executivos, grupos de trabalho e fóruns temáticos.
Também lançaremos o AI Alliance Summit, um grande evento anual que reunirá empresas, universidades, investidores e big techs para discutir tendências, cases e o futuro da IA corporativa.
Alguns parceiros já confirmaram apoio institucional, oferecendo espaços para encontros da comunidade, convites para eventos e mentoria executiva.
Nosso objetivo é formar uma rede sólida de conhecimento, negócios e impacto, tornando a IA parte natural da cultura das organizações.
9) Como participar da AI Alliance?
Marin: É simples e gratuito. Para participar da comunidade AI Alliance basta acessar o link:
https://chat.whatsapp.com/Dfa1uzTXJqQHFALuQwbnGX?mode=ems_copy_c
