A Cedro Textil alia tradição e tecnologia disruptiva para construir um modelo industrial orientado à eficiência, à sustentabilidade e à valorização do ser humano na era 5.0

A Indústria 5.0 está redefinindo os padrões da manufatura ao unir a inteligência das máquinas com a criatividade humana. E o setor têxtil não fica de fora dessa revolução. Mais do que automação, essa nova fase prioriza personalização em escala, sustentabilidade e bem-estar, exigindo das empresas uma reinvenção profunda em seus processos. Para acompanhar esse movimento, indústrias têxteis estão adotando tecnologias avançadas, como inteligência artificial, impressão 3D de tecidos e rastreabilidade por blockchain, ao mesmo tempo em que colocam o ser humano no centro das decisões. O resultado? Cadeias produtivas mais ágeis, conscientes e prontas para vestir o futuro. Esta é a cena da qual a Cedro Têxtil, com seus 153 anos de história, não só se coloca, mas propõe avanços. Reflexo desse posicionamento foi o destaque alcançado por artigos de Lucas Fontoura Goulart, gerente de Tecnologia Operacional e Inovação na CIO Review, publicação americana de referência que conecta líderes globais e difunde tendências de inovação na América Latina.

Lucas Goulart, ressalta que a Cedro Textil não se limita a acompanhar a velocidade das transformações. Busca influenciá-las. “Entendemos que mudança estrutural não acontece por inércia. Ela exige visão, método, investimento com clareza estratégica e, sobretudo, propósito. Estamos modernizando nossos sistemas produtivos com base em tecnologias disruptivas e proprietárias, sensores industriais inteligentes, conectividade de alta disponibilidade e inteligência artificial aplicada aos processos. Integramos a produção de ponta a ponta, da fibra à gestão, e reconfiguramos nossa infraestrutura energética, térmica e hídrica com foco em eficiência, resiliência e sustentabilidade”.

Na visão de Lucas Goulart, a empresa está tecendo o futuro por meio de uma transformação cultural. Ele alerta que a inovação na Cedro não é episódica. É sistêmica. “Não se restringe a um setor ou função, mas permeia todo o tecido organizacional. Exemplo disso é a criação da Gerência de Tecnologia Operacional e Inovação, que atua como núcleo estruturante dessa agenda, e a consolidação de um comitê de transformação digital com participação multidisciplinar e multigeracional, refletindo a diversidade da companhia. Nosso avanço é técnico, mas também institucional. Essa combinação entre base sólida e ambição transformadora sustenta a capacidade da Cedro de construir o presente com os olhos voltados para o que ainda está por vir. Estamos preparando a empresa não apenas para reagir ao futuro, mas para moldá-lo”.

INDÚSTRIA 5.0 JÁ É UMA REALIDADE

Lucas Goulart afirma que a Indústria 5.0 não é uma aspiração futura na Cedro. É o presente em curso, já é um vetor concreto de transformação dentro da empresa. “Acreditamos que o verdadeiro avanço tecnológico não está apenas em automatizar processos, mas em redesenhar o papel do ser humano dentro da fábrica. Algumas das tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, como inteligência artificial aplicada à manufatura, sensores inteligentes e conectividade industrial de alta disponibilidade, já estão consolidadas em nossas operações. Esses recursos nos permitem operar com mais previsibilidade, segurança e integração, servindo como alicerce para uma nova etapa de maturidade industrial”.

ROBÔS X HUMANOS

Segundo Lucas Goulart, a Cedro vê nos robôs colaborativos um importante vetor de inovação, mas entende que seu valor maior está no princípio que representa: a valorização das capacidades humanas em conjunto com a tecnologia. “Nosso modelo de Indústria 5.0 busca liberar o operador de tarefas repetitivas e reorientar sua atuação para aquilo que nenhuma máquina entrega. Interpretação contextual, tomada de decisão estratégica e capacidade de adaptação. O que realmente importa é o que essa transformação permite desbloquear. Ambientes em que o ser humano deixa de ser executante para assumir o papel de criador, intérprete e decisor. A colaboração entre pessoas e tecnologias tem nos levado a uma nova lógica operacional, mais personalizada, mais inteligente e mais sensível às variáveis que importam.”

TECNOLOGIA E BEM-ESTAR

A tecnologia deixou de ser apenas um vetor de produtividade. No contexto da Indústria 5.0, ela passa a ser instrumento para promover bem-estar, ampliar capacidades humanas e fortalecer o papel social da indústria. “Na Cedro, esse princípio já orienta nossas decisões. Sabemos que não se trata apenas de automatizar, mas de qualificar o trabalho. Enxergamos o equilíbrio: o ser humano no centro, a tecnologia a serviço. Essa abordagem nos permite enfrentar, de forma mais estruturada, os desafios reais do setor — desde a escassez de mão de obra técnica até as exigências crescentes por rastreabilidade, customização em escala e eficiência ambiental. Ao projetar soluções que respeitam os limites do planeta e colocam as pessoas como agentes do processo, criamos uma operação mais resiliente, mais justa e mais preparada para o longo prazo. Não se trata de escolher entre eficiência e humanidade. Trata-se de entender que uma indústria verdadeiramente avançada só será possível se for, antes de tudo, humana”, reforça Lucas Goulart.

DESAFIOS DA AUTOMAÇÃO E A IA

Conforme Lucas Goulart, o verdadeiro desafio da automação não está na tecnologia em si, mas no propósito com que ela é implementada. “Na Cedro, tecnologia de ponta não é um fim. É uma alavanca. Automatizamos para libertar o humano do que é repetitivo, exaustivo ou inseguro, e reconectá-lo ao que exige julgamento, sensibilidade e criatividade. A inteligência artificial, por exemplo, nos ajuda a antecipar problemas, mas é a inteligência humana que transforma o dado em decisão. A robótica amplia a produtividade, mas é a empatia que sustenta a cultura de melhoria contínua. A digitalização acelera os fluxos, mas é o olhar humano que entende onde realmente faz sentido intervir. Acreditamos que a excelência operacional nasce desse entrelaçamento: da precisão da máquina com a intenção humana. Por isso, cada nova tecnologia é testada não apenas quanto ao seu desempenho técnico, mas também pelo impacto que gera na experiência de quem está no chão de fábrica. Esse é o ponto de equilíbrio, onde eficiência encontra dignidade. Transformar não é desumanizar. É, justamente, o contrário. É criar condições para que as pessoas floresçam em ambientes mais seguros, mais inteligentes e mais respeitosos. Porque no fim, o que move a Cedro não é a máquina. É a pessoa por trás dela”.

INOVAR E VALORIZAR O LEGADO CENTENÁRIO

Na Cedro, inovar não é romper com o passado. É dar continuidade ao seu impulso mais genuíno: o de transformar antes que o mundo peça. “Essa história começou com Bernardo Mascarenhas, que viu além da geografia e da logística quando trouxe os primeiros teares para o interior de Minas. Aquela travessia em carros de boi não foi apenas física. Foi simbólica. Ela marcou o início de uma jornada de ruptura com o artesanal, não pela negação da tradição, mas pela ambição de reinventá-la com método e escala. Esse gesto fundador molda, até hoje, a forma como compreendemos inovação: como uma travessia consciente entre o que fomos, o que somos e o que precisamos ser. Por isso, preservar o legado não significa congelá-lo. Significa inseri-lo no presente como parte ativa do nosso processo de reinvenção. Inovar com 153 anos de história exige não só coragem para experimentar, mas também maturidade para fazer escolhas que respeitem a identidade construída com o tempo. Identidade essa que é, paradoxalmente, o que nos autoriza a ousar”, reitera Lucas Goulart.

O gerente de Tecnologia Operacional e Inovação destacou que, desenvolver tecnologia própria, redesenhar processos, testar soluções de ponta em escala fabril, tudo isso, não nega o passado da Cedro. Pelo contrário, dá a ele um novo ciclo de vida. “Quando aplicamos inteligência artificial para otimizar o uso de energia ou quando incorporamos o ultrassom no acabamento para tornar o processo mais eficiente e limpo, não estamos apenas reduzindo perdas ou ganhando eficiência. Estamos atualizando os fundamentos do nosso ofício, ainda tecido a partir de um fio que começou lá atrás. O cuidado que temos com o legado da Cedro é o mesmo que nos move a modernizá-la. Não há contradição entre memória e futuro quando ambos são tratados com propósito. Por isso, dizemos que a inovação aqui tem nome e sobrenome: continuidade com consciência”.

ESTRATÉGIAS DE TRANSFORMAÇÃO

Nesta caminhada da Cedro Têxtil rumo ao futuro, Lucas Goulart destaca que o ponto mais estratégico e menos evidente da transformação da companhia está no ecossistema que decidiu integrar. Atuando no Conselho de Tecnologia e Inovação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na Câmara de Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e como Presidente da Seção Minas Gerais da Sociedade Internacional de Automação (ISA), referência global em normas e boas práticas de automação, ele reforça: “A Cedro atua de forma ativa em redes de inovação que conectam indústria, academia, startups e centros de pesquisa. Não acreditamos em soluções isoladas; apostamos na inteligência coletiva como motor da inovação. Esse posicionamento se fortalece por meio da minha presença pessoal em fóruns estratégicos. Quanto ao futuro, seguimos fiéis ao que nos trouxe até aqui: ousadia disciplinada. Estamos atravessando novas fronteiras — digitais, culturais, ambientais — com o mesmo espírito que moveu nossos fundadores em 1872. E com a mesma convicção: é possível, a partir de Minas Gerais, redefinir o futuro do setor têxtil no mundo.”