por Vera Pacheco, 63 anos, Mestra em Comunicação, mais de 20 anos no
mercado atuando como atendimento e planejamento na área de Live Marketing. Professora na FAAP.  

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”
Cora Coralina

A população idosa vem crescendo vertiginosamente no mundo. Não podemos mais negar que a inversão da pirâmide etária já é uma realidade. As questões demográficas sobre crescimento da população com 60+ vêm sendo projetadas desde a década de 1990 pelos institutos de pesquisa. Mas o fato é que os integrantes dessa grande “onda prateada” vieram para ficar e a pergunta que devemos fazer é: Como a sociedade reconhece este fato?
Somos uma geração que reconhece o arrojo e o conhecimento tecnológico  
superior dos mais jovens, já que o mercado em geral costuma valorizar essas virtudes em um profissional, o que pode gerar discriminação com os
profissionais de 60+. Há também preconceito dos mais jovens em relação aos mais velhos que é reproduzido pelo que chamamos de Etarismo:” a
discriminação contra indivíduos ou grupos etários com base em estereótipos associados à idade”.   

O conceito de aposentadoria precisa ser atualizado, principalmente porque a força de trabalho está envelhecendo, como foi divulgado no Artigo de Paul
Irving, publicado em 2019, na Revista Harvard Business Review: “as pessoas
que realmente refletem sobre os impactos de uma população envelhecida
normalmente veem uma crise iminente — não uma oportunidade. Elas não
conseguem valorizar o potencial de pessoas idosas como funcionários e
consumidores”.   
A geração prateada não quer e não pode ficar em casa vendo o tempo passar. São pessoas ativas, que dependem da sua força de trabalho muitas vezes para a sua própria  complementação de renda . O tsunami prata vem assumindo cada vez mais o protagonismo do empreendedorismo, muitas vezes para atender suas próprias demandas pela sobrevivência e da sua família.
Contudo, a pandemia do coronavírus trouxe à tona antigos dilemas
problematizados pelo nosso Sênior mais descolado do planeta, Edgar Morin
,que completará 100 anos: “toda vida é uma aventura incerta: não sabemos de antemão o que serão para nós a vida pessoal, a saúde, a atividade
profissional, o amor, nem quando ocorrerá a morte, ainda que esta seja
indubitável.”
No livro Sociedade do Cansaço, escrito por Byung-chul Han, 62 anos
publicado no Brasil, 2115, o autor aponta que os mais velhos demostram mais equilíbrio emocional em suas relações no trabalho e contribuem com a orientação dos mais jovens, boa parte algumas vezes acometidos pelas
síndromes contemporâneas ligadas à ansiedade e o desequilíbrio emocional.
Algumas empresas já se atentaram para a inversão da pirâmide etária e estão investindo em movimentos de inclusão de equipes mais diversificadas
considerando o fator idade. Aqui faço um alerta: antes das empresas tomarem atitudes de inclusão ou assumirem a diversidade como premissa para os seus
relatórios de sustentabilidade, é preciso reconhecer quais as prioridades
da geração prata e como ela gostaria de ser tratada e ser vista pelos
demais integrantes da organização e sociedade.
Nos dias de hoje, ser um profissional sênior e assumir o protagonismo no
mercado de trabalho é um desafiou que requer coragem.

Protagonismo Sênior será o tema do próximo Papo de RP com a Professora Vera Pacheco, 05 de abril às 18horas no Instagram: @vivianblaso.  

Serviço

Papo de RP Protagonismo Sênior
Quando? 05 de abril
Onde? Instagram @vivianblaso
Horário: às 18horas

Informações para imprensa
vivianblaso@conversasustentavel.com.br
WhatsApp +55 11 99616 5360